A descoberta da Vocação Pessoal deveria ser uma das mais importantes pautas dentro da pedagogia tradicional, jamais um evento raro patrocinado pelo mais absoluto acaso...
Depois de descoberta, qual a melhor forma de potencializar uma vocação?
Lembre-se sempre de que, não existe exercício vocacional sem o respectivo indivíduo. Isso significa que a qualidade do estado emocional e psicológico desse mesmo indivíduo são partes inseparáveis desse processo.
Ou seja, descobrir quais são os traços comportamentais falhos, assim como ter consciência dos fortes, são condições imprescindíveis. A eliminação ou ajuste das falhas qualifica a cognição, e nesse caso, estar consciente dos traços fortes reduz dramaticamente o tempo dessa reciclagem.
Corrigidas as falhas ou carências pessoais, o caminho para a potencialização da vocação ocorrerá com mais naturalidade, mas nunca sem esforço. O esforço pessoal é uma condição inegociável, e sem ele, além da vocação não resistir às forças contrárias prescritas pela mesologia, jamais ganhará qualidade.
Qual a diferença entre a criatividade tradicional e aquela que aflora a partir da vocação?
A resolução de problemas, dentro da atual pedagogia, se tornou o principal objetivo existencial do homem. E a existência desses mesmos problemas é uma evidência incontestável de que há um crônico estado de carência em todos os nichos de uma sociedade que é claramente patológica. E há também os conflitos emocionais, ou nos relacionamentos, sem contar as intermináveis divergências humanas, que como pragas virais mutantes, parecem resistir ao tempo.
No modo tradicional, os problemas corriqueiros ou mais complexos são tratados segundo protocolos ou gabaritos já homologados pelo sistema com respostas prontas, emendas ou costuras mal feitas, ultrapassadas, onde a erradicação de problemas nunca foi uma prioridade. E cada intervenção mais se assemelha a aplicações de curativos já contaminados, que além de não erradicar a doença, ainda agravam o estado de saúde do paciente.
No modo criativo, aquele motivado pela vocação, os problemas são eliminados definitivamente da pauta do portador. No entanto, não são raros os casos onde a mesma resposta criativa aplicada a um problema pessoal acaba por beneficiar toda uma comunidade ou nação. Lembre-se, nesse caso, não se trata mais de um remendo, e sim uma solução; um ato cirúrgico, definitivo, radical.
Qual deveria ser o papel da escola na descoberta da nossa vocação?
De fato, a descoberta da vocação deveria ser uma disciplina curricular como outra qualquer; talvez a mais importante dentro da proposta pedagógica tradicional. Imagine que nossa realização profissional ou pessoal dependa dessa descoberta. Por que não se investe seriamente nesse processo cognitivo é um verdadeiro mistério.
Mas, talvez a resposta esteja na incompetência, tanto das instituições, quanto dos educadores, uma vez que em sua maioria não exercem seu magistério por vocação, logo, conhecem muito pouco, ou nada, sobre o assunto.
No entanto, a escola deveria ser o ambiente ideal para a investigação desse importante atributo ou talento pessoal. Afinal de contas, voluntariamente ou não, todos os dias, lá estarão os alunos à disposição dos docentes, uma vez que a sala de aula teoricamente seria o local apropriado para o estudo e exploração dos processos idiossincrásicos e cognitivos; mas sabemos que não é.
Qual o papel dos pais na descoberta ou Potencialização de nossa Vocação?
Pela lógica, deveriam ser os maiores incentivadores, se tivessem olhos para mais alguém além de si mesmos. E além de não saberem do se trata, estão atarefados demais com assuntos pessoais, e estudar a predisposição inata dos filhos é um item que não faz parte sequer das suas prioridades secundárias. Por isso, quando sabem do que se trata, sempre terceirizam a tarefa, ou a entregam ao acaso.
Mas, caso tivessem interesse, poderiam começar estudando por que as crianças têm preferências por algumas atividades e rejeitam outras. A descoberta da vocação é um exercício diário de motivação, quando reforçamos os interesses autênticos dos nossos filhos com esclarecimentos, suporte, e acima de tudo incentivo material e psicológico.
E ao invés de repreender a criança nos casos onde ela se opõe a aceitação de nossos gostos e predileções, reforçaríamos sua autoestima e autodidatismo, deixando-a livre para criar vínculos mais consistentes com suas próprias inclinações. Mas sempre acompanhando tudo de perto para evitar os excessos, desvios, acidentes de percurso, ou a indesejável infiltração de hábitos patológicos vindos de fora.
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Alberto Silva Filho - albfilho@gmail.com
É pesquisador das Ciências Cognitivas e orientador em educação infantil e adulta, inclusive da terceira idade, com especialização em Educação Integral. É também escritor de contos infantis e adultos, e um dos colaboradores fixos deste Site.
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