Autor: Jon Talber[1]
Conteúdo Atualizado: 15 de Abril de 2024
Observação Importante: Quando usamos a Expressão "Os Pais", estamos nos referindo aos dois Gêneros, e não apenas ao Gênero Masculino.
E isso ocorre simplesmente porquê, por regra social ou tradição, em geral este protagonista não é capaz de se ver como um beneficiário do próprio esforço, e sim como alguém que está cumprindo um dever para favorecer ou agradar a outra pessoa. Nesse caso, não há uma compreensão clara entre os jovens de que tudo aquilo, os deveres básicos, assim como os anos de frequência escolar, tem como único objetivo seu Autofavorecimento.
Entre pais e filhos, esta compreensão deveria fazer parte da ordem do dia. E nas escolas, deveria ser criado o dia do acolhimento, onde a cada aluno recém chegado se explicaria, de maneira clara e com uma didática possível de ser compreendida por todos, qual é o verdadeiro objetivo de educá-los.
Seria tão complicado explicar, de modo direto e sem floreios, que os únicos beneficiários pela frequência escolar, assim como por seus atos dentro daquele ambiente, são os próprios alunos?
Por que precisamos de incentivos e artimanhas para motivar os jovens ao simples ato de escovar os dentes? Não seria mais simples e eficiente mostrar, por meio de exemplos inequívocos, o que ocorreria caso não cumprissem com os seus deveres? Afinal de contas, quem será o maior beneficiário por tudo isso? E quando se rebelam sem motivos, que tal deixar que colham os frutos de seus atos, isso também não seria um eficiente, disciplinador e prático meio de Ensinamento?
E caso tomassem conhecimento das consequências ou experimentassem os efeitos dos seus atos, especialmente os negativos, será que ainda precisariam de incentivos para cumprir com suas atribuições? Quando se pratica o hábito da compensação para que cumpram com seus deveres regulares, acabamos por introduzir em suas vidas o hábito da coação corruptora. Condicionados com a prática do incentivo para tudo, não mais saberão se comportar de outra forma, e mais tarde, agora no papel de pais, também irão repetir a mesma receita com seus filhos.
Por que não deveriam participar? Para eles, seria uma atividade lúdica, além de edificante, de grande valor cognitivo. Na ocasião aprenderiam que tudo é feito a partir do esforço e engajamento do grupo, uma condição na qual o indivíduo ao desempenhar seu papel ou as tarefas menores de sua responsabilidade, contribui ativamente para a execução de uma obra maior. Afinal de contas, um dia não irão realizar trabalhos em grupo, ou mesmo conduzir uma família dentro de um lar, quando então serão responsáveis pela gestão de suas vidas?
Os pais perdem uma excelente oportunidade de educar seus filhos, e isso muitas vezes ocorre simplesmente porque consideram esta abordagem humilhante e indigna para eles. Mas, é digno que recebam pagamento para cumprir com seus deveres, obrigações e até atos de sensatez? Ao usar a linguagem do Incentivo para Tudo, qual é o tipo de mensagem que estamos transmitindo para estes jovens?
Uma criança pequena, algumas vezes, precisa que a medicação lhe seja dada à força. Mas, neste caso ela é inocente e não sabe que aquele gesto pode significar a diferença entre a vida e a morte. Ao contrário, o jovem já é capaz de diferenciar tudo aquilo possível de lhe favorecer, ou não.
O grande equívoco ocorre quando julgamos que os jovens ainda não estão preparados para se responsabilizar pelos seus atos, assim como colher os efeitos de suas inações ou ações, sejam malefícios ou benefícios.
Sensato então seria simplesmente lhes dar explicações. Mas não com a postura de uma autoridade, e sim conscientizando-os dos malefícios e benefícios de cada ação praticada em vida. Não seriam convencidos de nada, apenas esclarecidos por meio de exemplos, evidências, argumentos lógicos e compreensíveis. Convencer é o mesmo que fazer Lavagem Cerebral; não são necessários argumentos lógicos, apenas o uso da força de uma autoridade. A doutrinação pela imposição do medo e força de uma autoridade é uma prática comum dentro das organizações Sectárias e Ideológicas.
Esclarecimento, evidências concretas, incentivo ao uso da lógica racional e nunca da alienação emocional. Informados dos prós ou contras por trás de cada ato praticado, estariam cientificados de que são responsáveis pelo resultado de suas decisões e ações.
Não existe malefício maior que privar nossos filhos ou alunos das experiências da vida, sejam desfavoráveis ou favoráveis. Se precisam aprender que seja sob a vigilância e aporte dos pais, e assim terão maiores chances de se recuperar dos erros cometidos, das injúrias ou traumas sofridos. Pais omissos e estúpidos criam filhos igualmente omissos, alienados e estúpidos.
Não podemos dar experiência a ninguém, assim como também não é possível fazer o outro incorporar tudo que já passamos em vida. Podemos, no máximo, esclarecer e apontar o caminho quando a oportunidade se faz presente. Podemos antecipar e alertar, mas um alerta de nada servirá se não vier acompanhado da imprescindível experiência de vida, ou exemplo prático.
Como orientação prévia, o alerta é essencial, mas jamais irá suprir as demandas cognitivas de qualquer indivíduo. E caso o modo tradicional de impor métodos como se isso fosse educação não for repensando, nada irá mudar. No entando, embora este compêndio de Normas técnicas e conhecimentos científicos tenha sua utilidade no campo profissional e qualidade de vida, mas nunca será capaz de proporcionar lucidez, discernimento e bom caráter em quem quer que seja.
O que seria capaz de tornar um indivíduo, além de instruído, consciente das próprias limitações e potencialidades, e também de suas imperfeições, assim como de demonstrar interesse em descobrir qual o seu objetivo existencial? Da atual pedagogia, que mais se presta a desinformar que esclarecer, esta resposta, certamente, jamais virá.
Tentar capacitar o homem para transformar os Conflitos Humanos em organização a troco de recompensas, não funciona. Do mesmo modo, doutrinar cidadãos para que sejam sensatos e cumpram com as leis apenas pelo temor das consequências, é perda de tempo. Se cada um decide cumprir seu papel porque está lúcido e consciente dos desdobramentos dos seus atos, nenhuma lei para lhes dizer o que deve ser feito, seria necessário.
Esta compreensão surge quando o jovem tem certeza de que seus atos terão como resultado efeitos negativos ou positivos. E todo este desdobramento irá repercutir, muitas vezes de maneira dramática, para si e os demais à sua volta. O malefício é resultado dos equívocos, assim como os acertos nos proporcionam benefícios. Falando sério, Há algum mistério nisso?