Autor: Site de Dicas
Ilustrações e Texto: Alberto Filho[1]
Revisto e Atualizado: 11 de Maio de 2024
Era uma vez um Rei tão vaidoso de sua pessoa, que só faltava pisar por cima do povo. Certa vez, procuram-no uns homens que diziam ser tecelões maravilhosos, e que fariam uma roupa encantada, a mais bonita e rara do mundo, mas com uma característica singular, uma vez que apenas os olhos daqueles que fossem filhos legítimos, apenas estes felizardos, estariam aptos a enxergar tão exótica e única indumentária.
O Rei achou muita graça na proposta e encomendou o traje, dando muito dinheiro para sua feitura. Os homens trabalharam dia e noite num tear mágico, cozendo com linha invisível, um pano que ninguém via.
O Rei mandava sempre ministros visitarem a oficina, e eles voltavam deslumbrados, elogiando a roupa e a perícia dos alfaiates. Finalmente, depois de muito dinheiro gasto, o rei recebeu a tal roupa e marcou uma festa pública para ter o gosto de mostrá-la ao povo.
Os alfaiates compareceram ao palácio, vestindo o Rei de ceroulas, e cobriram-no com as peças do tal traje encantado, ricamente bordado, mas invisível aos olhos dos filhos bastardos.
O povo, pacientemente e com grande expectativa, esperou lá fora pela presença do Rei, e quando este apareceu, todos aplaudiram com muito entusiasmo. Os alfaiates, aproveitando o alvoroço da festa, desapareceram no meio do mundo.
O Rei, triunfante, seguiu com o cortejo. Mas, atravessando uma das ruas pobres da cidade, do meio da multidão, um menino gritou:
"O Rei está de ceroulas!"
E Todo mundo que ali estava presente, reparou e viu que realmente o rei estava apenas de ceroulas. Uma grande e estrondosa vaia, foi o que se ouviu. O Rei correu para o palácio morto de vergonha.
Desse dia em diante, corrigiu-se do seu orgulho. E enquanto durou seu reino, foi um Rei justo e simples para com seu povo.
Conto da idade média compilado pela primeira vez na Espanha por Dom Juan Manuel, século XV, em um livro intitulado "Libro de Patronio ou do Conde Lucanor". Hans Christian Anderson, o famoso contista, mais tarde o modificou e criou sua própria versão da história.
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