Autor: Editoria de Folclore - Site de Dicas[1]
Conteúdo Atualizado: 28 de Novembro de 2023
Naiá, filha de um chefe e princesa da tribo, ficou impressionada com a história. Então, à noite, quando todos dormiam e a Lua andava pelo céu, Ela querendo ser transformada em estrela, subia as colinas e perseguia a Lua na esperança que esta a visse.
E assim fazia todas as noites, durante muito tempo. Mas a Lua parecia não notá-la e dava para ouvir seus soluços de tristeza ao longe.
Em uma noite, a índia viu, nas águas límpidas de um lago, a figura refletida da Lua. A pobre moça, imaginando que a Lua havia chegado para buscá-la, se atirou nas águas profundas do lago e nunca mais foi vista.
A Lua, quis então recompensar o sacrifício da bela jovem, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente daquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", que é a planta Vitória Régia. Assim, nasceu uma planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.
Nomes comuns: Vitória Régia.
Origem Provável: Trata-se de um Mito indígena.
Esta é uma das lendas inspiradas por Perudá[4], e nasceu do amor entre a índia Moroti e o guerreiro Pitá. A história narra, como toda história de amor que se preze, ao menos na alegoria, mais um caso infeliz que termina mal.
Diz este Mito, que um índio chamado Pitá afogou-se nas águas caudalosas de um braço de rio, quando estava em busca da pulseira que a índia Moroti lhe havia atirado. Moroti, querendo mostrar para as amigas o quanto era amada pelo guerreiro, jogou a sua pulseira ao rio desejando que, como prova de amor, Pitá a trouxesse de volta.
O infeliz apaixonado, então atira-se nas águas turbulentas e não mais retorna. Desesperada e arrependida, Moroti joga-se atrás do amado, tendo igual fim.
No dia seguinte, a tribo presenciou o nascimento de uma grande flor, que ao centro era branca, como o nome de Moroti, e as pétalas ao redor eram vermelhas, como o nome do bravo Pitá.
A Vitória-Régia, a rainha das flores da Amazônia, só abre suas pétalas à luz do luar, recolhendo-se ao cair do dia, para abrir-se novamente no dia seguinte.
[2] É uma planta aquática que floresce e se desenvolve quando das "águas vivas", e definha quando a água é pouca. É comum nas águas pouco profundas (cerca de meio metro).
Suas folhas podem atingir mais de três metros quadrados. O longo pecíolo que se eleva no centro da folha é coroado por belíssima flor, de cor carmim e branco e aroma muito suave. Como ninfeácea, é parente dos nenúfares. A raiz desta planta é semelhante ao Inhame, sendo por isso muito apreciada pelos indígenas.
[3] Franz Kreüther Pereira, Painel de Lendas & Mitos da Amazônia, p.67, Belém-Pará - 2001.
[4] Rudá ou Perudá, é o deus Tupi do amor, como Eros ou Cupido da clássica mitologia Greco-Romana.
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