Autor: Editoria de Folclore - Site de Dicas[1]
Revisto e Atualizado: 02 de Maio de 2024
O Ceará possui elementos brancos de forte atuação colonizadora. Da população indígena dizimada pelos colonizadores, restou a herança Cariri, que é o aspecto do nativo local, a Platicefalia ou Cabeça Chata. São raros os mitos conhecidos que os indígenas locais deixaram para a região.
Antes e durante a colonização portuguesa, os Cariris, que viviam no litoral, foram recuando para o interior, tanto pela invasão dos Tupis, vindos do sul, quanto pela pressão dos novos colonizadores, e logo foram dizimados. Deixaram como herança para os locais sua principal característica antropológica, o aspecto físico já mencionado.
A catequese não foi como nos tempos evangélicos de Nóbrega e Anchieta. Junto com o padre vinham o sesmeiro, o capitão-mor da ribeira, com sua escolta de bacamartes e tropa de flecheiros.
A guerra ao índio era um estado normal, pela posse da terra. Alegavam que os índios destruíam as plantações, os gados, ou inventavam qualquer outra coisa que justificasse seu extermínio sumário.
Assim criavam-se fazendas como cidadelas, com seus agregados, vaqueiros, índios mansos e negros fiéis. Esse centro era autônomo, independente, autárquico. Daí a persistência dos mitos, a continuidade das histórias velhas, a repetição dos costumes de duzentos anos atrás.
O Ceará foi povoado de forma lenta. Começou pelo sul. Do Rio Grande do Norte, pelos rios Jaguaribe e Acaraú, assim como Pernambuco pela Chapada do Araripe. Vieram também os sergipanos e baianos, para a Ribeira do Salgado e vale do Cariri.
O clima folclórico é o mesmo do Nordeste. São os mitos idênticos, com pequenas variações próprias das adaptações sofridas no local, mas todas semelhantes. A influência negra não é significativa e pode ser sentida apenas em parte do litoral. Encontramos assim, os mitos de origem européia e os indígenas, diversificados pela mestiçagem, quase em estado de pureza.
Os mitos gerais são sempre lembrados. Os indígenas vem em segundo lugar. Os negros podem ter dado elementos para a construção, mas nenhum mito lhes autentica influência decisiva.
A Editoria de Pesquisas Folclóricas, é composta por dois antropológos, sendo um deles também folclorista, historiador e publicitário. Contamos ainda com a colaboração de uma pedagoga e antropóloga especializada em Tradições Populares e Costumes Antigos, e também com as valorosas contribuições dos nossos leitores.
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