Autor: Editoria de Folclore - Site de Dicas[1]
Revisto e Atualizado: 02 de Maio de 2024
Foi conquistado pelos portugueses, com o auxílio dos Tabajaras, aos Potiguares auxiliados pelos franceses. Com o povoamento da região, o indígena tocado à bala, dispersou-se nos aldeamentos, sob a benção dos jesuítas, carmelitas e capuchinhos.
Os brancos, entraram no sertão com escravos índios, alguns negros, fundando fazendas que hoje são cidades. Os negros que começaram a vir foram ficando nos vales onde existiam os canaviais, Ceará-Mirim, Capió.
Durante a primeira década do século XX, o sertão esteve isolado, tendo ainda existência conservadora nos hábitos, idioma e superstições. A maioria dos negros existentes se fixaram no litoral, mais de oitenta por cento. Até que a seca de 1877 expulsou-os do Seridó. Foram vendidos em Mossoró que, revoltado com o mercado humano, começou a libertar quanto podia.
Na região interiorana[2]. são raros os negros oriundos descendentes daqueles dias e predomina o branco ou o mestiço claro, mestiço de duas e mais decantações, chamados de Alvarinto.
Os mitos do litoral são de todo nordeste, de todo Brasil. No mar há Sereia e não se conhece a Mãe-d’Água senão em época de inverno, nas enxurradas dos rios do sertão.
Corre o Lobisomem, chocalha a Burrinha-de-Padre, acende no escuro o Batatão. A Caipora chibateia os cães dos caçadores que descuidam em lhe oferecer fumo, e às vezes cachaça. Vivem os mitos locais de cobras, antas, vozes, visões luminosas que correm pelo mato, assombrando. As praias estão cheias de lendas.
Para o sertão e alto-sertão, ou sertão-de-pedra, os mitos são bem portugueses. À medida que se deslocam para o litoral, vão sendo deformados e se confundem quanto à procedência.
A Editoria de Pesquisas Folclóricas, é composta por dois antropológos, sendo um deles também folclorista, historiador e publicitário. Contamos ainda com a colaboração de uma pedagoga e antropóloga especializada em Tradições Populares e Costumes Antigos, e também com as valorosas contribuições dos nossos leitores.
>>> Bibliografia consultada.
[2] Viajando pelo Sertão – Imprensa Oficial, Natal, 1934, cap. V. “Os Negros”, p. 12.
Nota de Copyright ©
Proibida a reprodução para fins comerciais sem a autorização expressa do autor ou site.