Autores: Alberto Filho e Jon Talber[1]
Conteúdo Atualizado: 29 de Novembro de 2023
Observação Importante: Quando usamos a Expressão "Os Pais", estamos nos referindo aos dois Gêneros, e não apenas ao Gênero Masculino.
Já a experiência sensorial, onde ela própria irá quebrar o tijolo, isto é outra coisa. Desse modo, temos então dois aspectos: a compreensão visual e a sensorial. São dois níveis cognitivos. Há o efeito visual e a sensação táctil. E isso deveria finalizar todo processo de aprendizado em relação a este objeto.
Entretanto, existe ainda um terceiro elemento ou recurso que é o acabamento teórico ou textual, quando, por meio de palavras e informações complementares, os dois primeiros se consolidam. No entanto, quando este recurso é usado isoladamente, como não há o exemplo demonstrando o fato, a informação servirá apenas como dica, indicação de uma hipótese ou probabilidade, possível ou não, de posteriormente ser refutada ou comprovada.
O aprendizado completo ocorre apenas a partir do momento em que a criança ou jovem tem a experiência visual seguida da sensorial e complementada pelo esclarecimento textual ou teórico, o que quer dizer uma explicação oral e detalhada sobre o acontecimento, numa linguagem possível de ser compreendida pelo aprendiz. E quanto mais ele aprende sobre a recente autoexperimentação, maior será a qualidade do seu conhecimento.
Pode ser uma mania, a expressão de uma reação de raiva, indignação ou ato violento; ou ainda um gesto de antipatia ou empatia. Em outras ocasiões, um gesto de insatisfação que se transforma em mágoa, uma crítica sem fundamento, um Mau Hábito, um Vício ou ainda uma complulsão alimentar, ou mesmo uma dependência física pro alguma coisa.
Para a mente ainda incipiente, e com pouca experiência de vida, com é o caso da criança ou jovem, importa mais a utilidade que a qualidade. Um bom conselho teórico, por mais qualificado que seja, para ela, tem o mesmo valor que teria uma moeda de ouro para um pato selvagem.
Se o conselho não vier precedido do respectivo exemplo, de modo que ela seja capaz de associar com sua memória visual o ato teórico ao respectivo fato consolidando assim a autoexperimentação sensorial, todo processo será perda de tempo. Mas, ainda assim, poderá ficar guardado em seu reservatório cerebral como uma eventual referência ou hipótese para suas futuras vivências.
Por isso, para uma criança pequena ainda carente de lastro cognitivo, ensinar a fazer tem mais valor do que dizer que pode ser feito. Já para um jovem, com mais experiência de vida, cujo lastro intelectual já o permite associar a palavra ao fato, a dica informativa e esclarecedora é sempre preciosa, e se vier de fonte qualificada e íntegra, podemos considerar uma benção.
No entanto, engana-se aquele que vê o aprendizado como um processo que chega ao fim. Na verdade, trata-se de um caminho, que embora tenha um começo, nunca tem fim. Neste processo contínuo, a experiência de hoje sempre irá servir como alicerce para a compreensão da experiência de amanhã. E eis a razão pela qual estará para sempre incompleto.
Ainda assim, podemos ter certeza de quando começa. Por isso o esclarecimento na hora da dúvida é fundamental, insubstituível, fará toda diferença. Mas, para que isso aconteça é preciso que a prática da dúvida se transforme em um hábito. E isso ocorre naturalmente quando a explicação possível de se converter em aprendizado está disponível, ou seja, quando alguém consciente, de boa vontade e lúcido dos seus atos, está presente.
Mas a criança só terá dúvidas se souber qual a utilidade daquele contexto, e o mais importante, se tiver o aporte necessário para elucidar seus questionamentos. E neste caso, mais uma vez, o papel dos pais é insubstituível, afinal de contas, sem sua assistência o princípio da dúvida jamais fará parte da rotina diária dos filhos. Deste apoio inicial poderá nascer a verdadeira Inteligência, um status possível de ganhar forma apenas quando não temos certeza de nada.
E no dia a dia não faltarão oportunidades. Pode ocorrer nos pequenos detalhes, a partir de erros discretos, ou mesmo insignificantes, afinal de contas, o terreno precisa ser preparado antes a partir dos pequenos eventos, antes que os mais significativos venham a ocorrer. Apenas pela ciência do menos é possível de se chegar ao mais.
Mas, sem paciência é bom nem começar. A impaciência é um péssimo mau exemplo, especialmente para a instável sensibilidade infantil ou juvenil. Ocorre que qualquer mudança negativa no estado emocional dos adultos poderá desencadear traumas irreparáveis naquele pequeno e instável cérebro ainda em busca de um alicerce consistente para moldar as bases de sua futura personalidade.
Para a criança, o melhor ensinamento é aquele possível de ser demonstrado de maneira prática, ou seja, por meio da autoexperimentação. Já para o jovem com mais idade, além da vivência, o esclarecimento sobre o que está acontecendo, este é um complemento de excepcional valor.
Entretanto, talvez o mais importante de tudo isso seja a descoberta das predisposições inatas das crianças ou dos traços falhos e fortes em um jovem com mais idade. De posse deste acervo, o pai ou educador poderá ser mais eficiente em orientar cada um dos seus filhos ou alunos, encaminhando-os da forma adequada para o fim desejado, ou mesmo para a descoberta e aplicabilidade da sua vocação.
E lembrando mais uma vez que, uma palavra ou descrição, por mais refinada que seja seu detalhamento e contextualização, ainda assim é incapaz de introduzir sensorialmente dentro daquele imaturo indivíduo a compreensão da experiência vivida por outro.
Jon Talber - jontalber@gmail.com
É Pedagogo, Pesquisador, Antropólogo e autor especializado em Educação Integral e Holística.
Alberto Filho - albfilho@gmail.com
É orientador e Consultor em educação infantil e adulta, inclusive da terceira idade, com especialização em Educação Integral e Holística. É também ilustrador e escritor de Contos infantis, Juvenis e Adultos.
O autor não possui Website ou Blog pessoal.
Mais artigos do autor em: https://www.mundosimples.com.br