Autor: Jon Talber[1]
Conteúdo Atualizado: 14 de Julho de 2024
Observação Importante: Quando usamos a Expressão "Os Pais", estamos nos referindo aos dois Gêneros, e não apenas ao Gênero Masculino.
Quando se ensina alguma coisa, o que quer que seja, além de enumerar os possíveis efeitos positivos daquele ensinamento, também é importante alertar sobre os eventuais desdobramentos negativos ou resultados indesejados. Afinal de contas, os efeitos positivos e suas eventuais repercussões indesejadas ou imprevisíveis, são partes no processo de aquisição de conhecimento de qualquer natureza.
Uma criança ainda tem um longo caminho à frente antes que seja capaz de compreender como as coisas funcionam no mundo dos adultos, daí a importância de acrescentar à sua instrução comentários sobre os resultados imprevistos ou parciais, assim como a perspectiva de efeitos positivos.
Não existe ilustração melhor para mostrar como se faz que o exemplo prático. Ainda assim, tudo começa com a demonstração de como aquilo pode ser feito, e isso inclui o incremento da respectiva competência, habilidade ou qualificação.
Para uma criança, uma obra sem utilidade vale tanto quando uma pedra preciosa para um sapo. Sua motivação é diretamente proporcional à utilidade da coisa produzida, seja para si mesma, seja para outros. Do mesmo modo, enganá-la com falsas propostas ou promessas equivale a comprometer sua Autoestima. Ela não reage às frustrações como um adulto, assim, sentir-se-á rejeitada, inferiorizada, sem importância, pois enxerga o resultado do seu trabalho como um retrato de si mesmo.
Seu trabalho a representa, e a forma como este trabalho será recebido, criticado, utilizado, apreciado e aceito, será também o modo como se sentirá como individuo. Ao sentir a inutilidade do seu trabalho, assim também se sentirá como indivíduo; e a mesma regra vale para as críticas negativas ou positivas a seu respeito.
Uma crítica construtiva, longe de ser um elogio ou uma espécie de recompensa, tem mais valor se bem compreendida como função motivadora. Ao Fazer comentários sobre um trabalho, como, por exemplo, a análise de um texto escrito, tente deixar claro para seu aluno ou filho, por meio da repetição de trechos do que foi escrito, que você leu e analisou detalhadamente a obra. Este gesto é uma excelente forma de motivação, e abre espaço para a crítica construtiva. Assim, a criança aceitará as ressalvas e correções como uma maneira sincera de orientação, e nunca como uma crítica desabonadora ou rejeição.
Conhecer uma criança, não apenas seu nome ou lugar onde mora, mas também suas preferências, abre um espaço gigantesco para que o educador tenha acesso à mesma. Ela permitirá este acesso ao perceber o interesse do educador pelo seu trabalho. O educador sensato deve demonstrar publicamente que conhece cada uma delas. Isto se consegue com comentários discretos, enfatizando ou ilustrando suas características e gostos pessoais.
"Não existe incentivo maior e argumento mais motivador para uma criança que ouvir o educador chamá-la pelo nome, de maneira espontânea, dentro, e principalmente fora da sala de aula."
Entretanto, o educador deve ser bastante cauteloso, para nunca, sob nenhuma circunstância ou justificativa, criar ambientes competitivos entre as crianças. Seja por preferir uma ou outra; seja por elogiar o pior ou melhor desempenho de quem quer que seja.
Motivar uma criança não deve servir de causa, motivo ou argumento para a desmotivação do restante do grupo, e é exatamente isso que ocorre quando elegemos ou destacamos alguém, ou seu trabalho, de maneira seletiva, acintosa, ostensiva ou preferencial.
O educador consciente sabe como fazer para nivelar seus alunos, sem com isso avultar de modo provocativo um ou outro; sem fazê-los sentirem-se inferiores ou superiores aos seus amigos. O tratamento preferencial vai acirrar os ânimos competitivos entre os membros daquela equipe, quebrando a harmonia da grupo. O aluno mais ativo, cujo interesse é maior, deve ser tratado com a devida atenção, mas sem uma demonstração explícita de favorecimento ou predileção.
Ao demonstrar um interesse acima da média daquele grupo, aquela criança que se destaca, deve ser conduzida com inteligência e bom senso. Sendo curiosa, de modo indireto deverá ser motivada a prosseguir em suas investigações.
Neste caso, a mensagem será dada para todo grupo, e aqueles indivíduos mais interessados logo entenderão tratar-se de uma orientação específica para eles. A criança interessada será aquela que pedirá emprestado o livro que o professor trouxe para mostrar ao grupo, com a intenção indireta de tirar as dúvidas levantadas por ela mesma nas preleções em sala de aula.
Recompensas, elogios fáceis, promessas de sucesso, práticas comuns usadas para motivar uma criança a realizar suas tarefas, deveres ou mesmo cuidados pessoais, são argumentos que deverão ser evitados a todo custo. O pai ou educador deverá substituir tudo isso pelo simples reconhecimento de um trabalho ou tarefa bem feita, ou pelo interesse sincero no andamento de uma atividade ainda pendente. Deve estar disposto a ouvir as explicações e demandas da criança, e então contribuir com sugestões e orientações personalizadas.
Outra forma de elogiar e injetar novo ânimo ao grupo sem fazer comparações ou provocar ciúmes, é ensinar como deverão trabalhar em equipe, deixando claro que para a realização de uma tarefa coletiva, onde cada membro tem uma função, todos são igualmente necessários e importantes. Deve-se ainda enfatizar ao grupo que o status de uma função dentro da equipe não quer dizer menos ou mais, sendo todas igualmente importantes.
Use pequenos contos de exemplo como analogia para ilustrar o caso. Utilize as Fábulas, estas poderão servir como excepcionais tutoriais e extraordinários exemplos didáticos. Crianças gostam de ouvir histórias edificantes, e ainda aprenderão alguma coisa útil.
Na formação de uma equipe, o educador deve conhecer as capacidades e personalidades de cada criança, tendo o especial cuidado de não incluir num mesmo grupo crianças de temperamentos contrários. Conhecendo as disposições psicológicas e habilidades individuais, poderá agrupá-las em equipes que se complementam, e nunca em grupos onde os membros se antagonizam.
Finalmente, não se motiva uma criança comparando seu desempenho ao do seu colega, ou mesmo ao um estranho. Mais eficaz e sensato é dar-lhe desafios sempre crescentes e acompanhar de perto seu progresso ou dificuldades. E ao perceber o interesse do Pai ou Educador pelo seu trabalho, ela se sentirá naturalmente motivada, disciplinada, comprometida e responsável, e de tudo fará para se auto-organizar e corresponder às expectativas, pois, como foi dito antes, para ela, o seu trabalho e a sua pessoa representam uma mesma coisa.