Artigo onde os autores examinam aspectos sobre o comportamento infantil que são desconhecidos por pais e educadores, e mesmo por grande parte dos pesquisadores especializados na pedagogia infantil.
"Lembre-se sempre de que, o resultado das ações do potencial adulto que está naquela criança, vai depender da qualidade da instrução que ora ela recebe..."
Uma criança não é um pequeno adulto, uma vez que ainda carece de muita experiência de vida. No entanto, possui sentidos mais apurados que um adulto, assim como uma capacidade de atenção superior. É capaz de perceber detalhes inconcebíveis para alguém mais velho, embora seja incapaz de classificar, opinar ou deduzir de maneira lúcida sobre o que está acontecendo.
É ingênua, mas não burra ou estúpida. Ingenuidade é uma consequência natural da falta de vivências. Já o intelecto é um atributo inato a qualquer humano. Ingenuidade é queimar a mão porque ainda não aprendeu o que é queimadura. Burrice é queimar a mão repetidas vezes por menosprezar um risco já conhecido.
Não se deve confundir má informação com capacidade intelectual. O intelecto é neutro, e lá dentro podemos colocar qualquer coisa, inclusive aquilo que não presta. O cérebro irá assimilar do mesmo modo como o faria com algo mais edificante. Ele é apenas um recipiente projetado para armazenar, não importa qual seja a qualidade ou a origem do conteúdo.
Assim, a criança pode ser dotada de um intelecto saudável, e ainda assim, por ter recebido uma má orientação, irá agir de modo equivocado. E como ainda não possui um lastro de referências capaz de conscientizá-la sobre aquilo que é errado ou certo, não pode ser chamada de burra. A burrice existe quando ela conhece os dois aspectos e ainda assim permanece no erro.
Ao contar histórias para seus filhos, os pais estreitam os laços de amizade entre ambos, criando a motivação necessária para que eles venham a se tornar futuros leitores. Comentar as historinhas com a criança é uma excepcional oportunidade de introduzir em sua vida o hábito do diálogo informal, uma maneira saudável de debate e comunicação nas relações interpessoais.
Como resultado, a criança irá crescer mais segura de si e não padecerá com as tradicionais barreiras psicológicas que existem entre os Jovens quando o assunto é o diálogo com os pais. Confiança se conquista a partir do convívio espontâneo, e nunca por meio do contato dissimulado próprio daquela interação obrigatória sob a jurisprudência das convenções sociais ou por força dos laços familiares.
A boa música, instrumental, harmônica ou com melodia suave e ritmo equilibrado, conforta e acelera seu potencial cognitivo. Os tons cadenciados reforçam as sensíveis sinapses cerebrais, um conjunto de conectores cuja função é conduzir sinais ou pulsos bioelétricos potencializadores das funções cerebrais. Tudo isso contribui de maneira dramática para o incremento da memória e patrocina a quebra da ansiedade e o equilíbrio emocional da criança.
Agir por conta própria não significa guiar-se por opinião pessoal, mas ter autonomia e imparcialidade na condução dos seus processos exploratórios. Por isso é tão importante ensinar o que significa o ato de aprender a aprender. E a partir do autoaprendizado, as crianças se tornam mais capazes, autossuficientes, mas sem arrogância ou extremismos. Explicar para uma criança o valor de um bom conselho só irá funcionar se além das palavras o caso for ilustrado com o respectivo exemplo. Assim, ao ver que os pais praticam aquilo que defendem através de argumentos verbais, também reconhecerão aquela orientação como de grande valor para suas vidas. O Castigo ideal ocorre quando a criança tem como punição a perda de algum privilégio pessoal já conquistado, como, por exemplo, o direito de usar o computador. Depreciar a criança com gritos ou ofensas, além de não corrigir seu comportamento falho, só vai criar problemas mais sérios com a sua autoestima. Autonomia não quer dizer arrogância, muito menos a tirania do imbecilismo que naturalmente aflora a partir da vaidade por se achar sabedor de tudo. Isso também se aprende primariamente em casa, mas é uma condição que pode ser reforçada por meio da televisão, redes sociais ou entre amigos. Mas lembre-se, o contato com os amigos e as demais fontes passíveis de maus exemplos sempre irá ocorrer depois do convívio primário com os pais.4. Compreendendo a Força do Condicionamento Doméstico
Na convivência com os amigos, se os nossos filhos já saem de casa contaminados com manias e hábitos desabonadores, o caminho para a deformação já estará traçado. Do mesmo modo, durante o convívio com os mesmos amigos, se já saem de casa contagiados pelos bons hábitos e esclarecimentos adequados, o caminho para o companheirismo saudável e sem Comportamentos Patológicos também já foi traçado.
O Egocentrismo é natural em crianças e jovens. Embora o cérebro de cada indivíduo seja dotado da capacidade inata de pensar racionalmente, crianças e jovens ainda estão sob forte influência das emoções instintivas próprias do animal irracional que também o são. No entanto, o ato egoísta apenas irá se incorporar a aquela personalidade por meio do exemplarismo dos pais.
Por isso a importância da boa cognição e das boas companhias, assim como dos bons exemplos no início da jornada cognitiva da criança ou jovem. Lembre-se sempre de que, todo esse acervo de lembranças se tornará permanentes fonte de referência para futuras consultas durante os momentos críticos de suas vidas.
Quando criamos para nossas crianças ou jovens um Reino do faz de Contas, estamos dando origem a futuros adultos alienados pela negação do que é real. Só o mundo real é capaz de educar, mesmo com todas suas distorções e defeitos. Afinal de contas, não é este mundo que também servirá de residência para nossas crianças e jovens?
Talvez, ao se tornarem conscientes desde cedo do mundo patológico que existe lá fora, ao contrário de nós que fomos enganados pelas fadas de mentirinha, pode ser que resolvam abandonar nosso modelo comportamental alienado. Uma postura doente, cujo reflexo é um mundo agonizante, um bioma deformado abonado por nós desde o berço; uma fórmula cujo funcionamento embora seja desastrosa, ainda assim continua a fazer parte dos nossos dias.